Problemas digestivos – quais os mais comuns e como os resolver

Os problemas digestivos afectam, actualmente, um número cada vez maior de pessoas. Para isso contribuem vários factores, a saber: o estilo de vida ocidental, o tipo de alimentação e a falta de exercício físico.

A saúde do sistema digestivo está directamente relacionada com o estilo de vida, porque é determinada pelos alimentos que ingerimos, o exercício físico que fazemos, ou não, e as preocupações que se vão acumulando durante o dia.
Se cada um conseguir entender o processo digestivo e tiver em conta algumas dicas úteis será capaz de diagnosticar e até mesmo tratar os seus próprios problemas digestivos.

O sistema digestivo consiste num grupo de órgãos que trabalham juntos e que convertem alimentos em energia e nutrientes básicos que, por sua vez, alimentam todo o corpo. É a base da boa saúde. Este sistema incrível inclui uma combinação de nervos, hormonas, bactérias, sangue e órgãos do sistema digestivo, que trabalham harmoniosamente para completar a intrincada tarefa de digerir os alimentos e líquidos que consumimos todos os dias.

O sistema digestivo interage com todos os outros sistemas do corpo – isto inclui o sistema nervoso, endócrino e imunitário. Sabia que a digestão começa no cérebro? O hipotálamo, que está envolvido em processos metabólicos, estimula o apetite. Quando come, o seu cérebro decide como você vai digerir a comida. Assim, a resposta dele depende da saúde dos seus órgãos e do seu estado de espírito.

Quais os problemas digestivos mais comuns e como os resolver

Existe, muitas vezes, um certo constrangimento quando se fala em problemas digestivos, o que faz com que muitas pessoas sofram em silêncio. Por outro lado, os problemas digestivos são cada vez mais e mais visíveis! No entanto, as soluções podem ser tão simples quanto fazer mudanças de estilo de vida, ou tomar remédios que não estão sujeitos a receita médica. O óleo de hortelã-pimenta e a fibra solúvel, por exemplo, podem ajudar as pessoas com síndrome do intestino irritável.

Quais são, afinal, os problemas digestivos mais comuns?

Os oito problemas gastrointestinais mais frequentes

Refluxo

Sintomas de refluxo, como azia, estão entre os males digestivos mais comuns. Num estudo sueco, 6% das pessoas relataram ter sintomas de refluxo diariamente e 14% semanalmente. Além de ser doloroso, ao longo do tempo o refluxo gástrico pode prejudicar o esófago.
A gravidez, alguns medicamentos e o consumo de álcool ou de certos alimentos podem causar azia.

Úlceras pépticas

Se tiver uma dor de estômago inexplicada, recorde, antes de tomar um analgésico, que a pior coisa a fazer, se suspeita de úlcera, é tomar aspirina ou outros redutores de dor, eles pioram e não ajudam nada. Em vez disso, se você acha que tem uma úlcera considere fazer testes para a Helicobacter Pylori. É este o conselho dos especialistas. Ao romper a camada protectora de muco, esta bactéria causa úlceras, que mais não são que feridas no revestimento do estômago ou na primeira área do intestino delgado. Outras causas incluem, por exemplo, o tabagismo e o uso de álcool, que podem elevar a acidez do estômago.
Não sendo tratadas, as úlceras podem causar hemorragias internas e podem dar origem a um buraco no intestino delgado, ou na parede do estômago, o que pode levar a uma infecção grave.

Cálculos biliares

Geralmente, apenas um quarto das pessoas com cálculos biliares requer tratamento, o que é muito bom porque livrar-se deles normalmente exige a remoção da vesícula biliar, uma cirurgia bastante comum. A remoção pode ser necessária se as pedras provocarem inflamação ou infecção da vesícula biliar, pâncreas ou fígado.
A obesidade é um factor de risco para os cálculos biliares. Diz-se, também, que se desenvolvem devido à escassez de fibra e ao excesso de gordura da dieta ocidental. Perder peso e, de seguida, recuperá-lo também parece preparar o cenário propício aos cálculos biliares.

Intolerância a lactose

Actualmente um número bastante considerável de pessoas são intolerantes à lactose, o que significa que não possuem uma enzima necessária para digerir o açúcar do leite. Variando de gravidade, de pessoa para pessoa, os sintomas incluem cólicas, inchaço, gás, náuseas e diarreia. Estes sintomas geralmente ocorrem entre 30 a 120 minutos depois de beber ou comer um produto lácteo.
O ideal é deixar de consumir produtos lácteos. Aliás, todas as pessoas deveriam fazê-lo, inclusive as que não são intolerantes.

Diverticulite

Estima-se que 3 em cada 5 pessoas, com mais de 70 anos, têm umas protuberâncias anormais chamadas divertículos em algum lugar na parede do intestino. No entanto, apenas 20% experimentará uma complicação como diverticulite.
Quando a diverticulite surge, é muito provável que a sua presença seja anunciada através de dor abdominal e, possivelmente, febre. Alguns especialistas acreditam que uma dieta muito baixa em fibras pode desencadear esta condição, que cresce com a idade e é mais comum nas sociedades ocidentais.

Doença inflamatória intestinal

Pessoas com doença de Crohn ou colite ulcerosa, as duas doenças inflamatórias intestinais mais comuns, queixam-se de dor abdominal e diarreia e às vezes experimentam anemia, hemorragia rectal, perda de peso ou outros sintomas. Ambos os distúrbios podem surgir de um sistema imunológico instável que leva o corpo a atacar o trato gastrointestinal.

Doença celíaca

A doença celíaca é auto-imune e digestiva. Os doentes não conseguem consumir alimentos com glúten sem que isso provoque um ataque no intestino delgado.  O glúten é uma proteína encontrada no centeio, cevada, trigo e muito mais. Os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas incluem: dor abdominal e inchaço; diarreia crónica; vómito e prisão de ventre.
Enquanto não surge a cura, as pessoas podem contornar esta doença adoptando uma dieta sem glúten. Se assim fizerem, a inflamação no intestino delgado diminuirá. Note, no entanto, que ingerir acidentalmente um produto com glúten pode provocar uma explosão a qualquer momento.

Prisão de ventre

Todos os anos são gastos alguns milhares de euros em laxantes. Mas o seu uso excessivo de laxantes pode tornar o intestino dependente, exigindo cada vez mais medicamentos e, eventualmente, tornando-os ineficazes.
Mas se sofre desse desconforto e não consegue fazer as suas entranhas moverem-se, experimente remédios naturais, como um copo de água morna em jejum ou o consumo de mais fruta. A prisão de ventre pode ser evitada através do exercício regular e de uma dieta rica em fibras de grãos integrais, frutas e vegetais. Certifique-se, também, que bebe água suficiente e reveja os medicamentos que toma e que possam eventualmente provocar estes sintomas.

Dicas para melhorar o seu sistema digestivo

Já aqui ficou dito que a maneira como vivemos e comemos tem um impacto directo no funcionamento do nosso sistema digestivo. Assim, ao tomar medidas para melhorar a sua saúde digestiva, o seu sistema digestivo funcionará de forma mais eficiente e isso melhorará a sua saúde geral.

Esteja atento às nossas dicas para melhorar o seu sistema digestivo e viva com mais saúde!

Mastigue

Uma dica fácil e que pode ter um enorme impacto no seu sistema digestivo é o simples ato de mastigar! Mastigar é crucial para uma digestão adequada. O seu cérebro precisa de algum tempo para receber o sinal de que você está cheio, então mastigue 20 a 30 vezes antes de engolir, isso dar-lhe-á o tempo necessário. Permita que seu estômago se prepare para o alimento que está prestes a receber.

Coma muita fibra

É importante comer fibras suficientes para que seus alimentos se movam facilmente através dos seus intestinos. Ao combinar alimentos gordurosos com fibra, o seu corpo será capaz de quebrar os alimentos gordurosos facilmente.

Beba água

Beber água suficiente durante o dia ajudará a sua digestão, dissolvendo gorduras e fibras solúveis – isso permite que os alimentos passem pelos intestinos com mais facilidade.

Faça exercício

Movimentar-se permite que os alimentos se movam através do sistema digestivo. Faça caminhadas ou jogging, pratique Yoga ou Tai Chi, por exemplo.

Reduza o stress

Sentimentos de stress ou ansiedade podem mexer com o seu sistema digestivo porque este está conectado ao cérebro. O stress pode mesmo levar a problemas digestivos como síndrome do intestino irritável ou úlceras. Para ajudar tente exercícios para aliviar o stress e pratique técnicas de relaxamento, como respiração constante ou meditação.

Coma alimentos quentes

O baço funciona melhor com o calor e não gosta do frio. Também as nossas enzimas digestivas exigem calor para quebrar os alimentos adequadamente. Tente incorporar sopas, legumes cozidos ou chás na sua dieta.

Pare de fumar

O tabaco pode ter um impacto seriamente negativo no seu sistema digestivo porque enfraquece a válvula no final do esófago, o que leva ao refluxo e à azia; também aumenta o risco de cancro gastrointestinal.

Beba menos álcool

Já notou que depois de uma noite a beber a sua digestão fica um pouco alterada? O álcool interfere com a secreção ácida, com os músculos do estômago e com a absorção de nutrientes, então, tenha cuidado para não beber demais. O consumo de álcool também provoca azia, problemas hepáticos e diarreia; pode causar muitos estragos no seu sistema digestivo.

Perca peso

Até mesmo um ou dois quilos a mais podem causar problemas digestivos. Porque, assim, a válvula entre o estômago e o esófago às vezes não vai fechar completamente, o que permite que o ácido estomacal volte ao esófago. Ao perder peso, a pressão é aliviada e permite que o seu sistema digestivo continue a funcionar correctamente.

Experimente probióticos

Estas bactérias benéficas ajudam o sistema imunológico. Pesquisas concluíram que os probióticos podem aliviar a síndrome do intestino irritável, prevenir alergias e infecções e até reduzir a duração de uma comum constipação.