Reduzir o consumo de carne: porquê – 4 razões fundamentais

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Reduzir o consumo de carne. Porquê?

Porquê a diminuição dos produtos de origem animal na sua dieta? Porquê reduzir o consumo de carne?

Este artigo tem como objectivo apresentar algumas opiniões e evidências sobre a importância de reduzir o consumo de carne.

“Comer carne está errado!” – A conversa sobre o consumo de produtos de origem animal é dominada por declarações deste tipo, de tudo ou nada. Assim que alguém usa as palavras ‘carne’ ou ‘vegetariano’, as pessoas ficam logo em lados opostos, prontas para defender a sua posição. E não é isso que queremos aqui. Pelo contrário! Este post tenta falar sobre o impacto negativo do consumo da carne com base em evidências e algumas ideias profundas.

Reduzir ou eliminar?

A decisão depende do ponto de vista de cada um.

Conheço pessoas que optam por apenas reduzir o consumo de carne, comendo, por exemplo, apenas ao fim-de-semana. Mas, geralmente, este tipo de comportamento gera reacções opostas. Isto porque, para os vegetarianos é pouco e para quem come carne é demasiado. Para alguns é ir longe demais, para outros é não ir suficientemente longe. Na verdade, neste contexto, as tentativas para reduzir os impactos negativos do consumo de carne costumam receber poucos elogios.

Mas se estamos realmente preocupados – o nosso caso – com o que é melhor para o nosso mundo, devemos esquecer a ideia de que comer carne é tudo ou nada. Nós, por cá, deixámos de consumir carne e peixe há bastante tempo. No entanto, sabemos que há pessoas que, apesar de reconhecerem que consumir produtos de origem animal tem consequências negativas, optam por apenas reduzir o consumo de carne, sem, no entanto, assumirem um compromisso de se tornarem vegetarianos estritos.

Reduzir o consumo de carne

Devemos estar cientes que as nossas escolhas têm consequências, afectando os outros e o planeta. Não queremos, com isto, deixar-vos com um sentimento de culpa por todas as opções que fazem enquanto consumidores. Queremos, isso sim, que estejam atentos. Compreendam que as vossas acções têm impacto no mundo – têm um grande impacto no mundo! – e alterem o vosso comportamento de acordo com esta premissa.

Bem sei que alguns estarão a pensar que este argumento é válido para todas as nossas escolhas enquanto consumidores.

Então, por que razão nos referimos apenas ao consumo de produtos de origem animal?

Por que razão devemos reduzir o consumo de carne em particular?

Mesmo sabendo que seria muito bom reduzir igualmente outro tipo de consumos, os produtos de origem animal são únicos por várias razões, a saber:

o papel que eles ocupam, como alimento, é facilmente substituído, não havendo, em países mais ricos, escassez de alternativas nutritivas;
eles têm um impacto muito grande, porque escolhas alimentares são feitas por quase todos, todos os dias, várias vezes por dia;
a indústria que envolve a carne, e outros produtos de origem animal, é fora do comum no que se refere a consequências extremas e nocivas.

Claro que reduzir o consumo de carne não vai resolver todos os problemas do mundo. Mas pode ter um impacto bastante positivo, porque, também, tem custos bastante elevados. Contribui, por exemplo, para um sistema alimentar ineficiente, para a poluição da água e para a prevalência de doenças resistentes aos antibióticos.

O problema é que a maioria das pessoas gosta do gosto, gosta de não se preocupar com o que pode ou não pode comer. E, além disso, aprecia os aspectos sociais e culturais de certos alimentos ou de certas refeições. A questão importante, então, não é se apreciamos a carne, mas qual o valor que atribuímos a estes benefícios, por oposição aos custos. A resposta de todos será diferente, certamente! Alguns podem decidir desistir de produtos de origem animal todos os dias do ano, excepto nas festas. Outros podem restringir a ingestão de carne aos fins-de-semana. Outros podem comprometer-se a ingerir porções mais pequenas de carne ou produtos lácteos numa determinada refeição… Alguns podem tornar-se ovolactovegetarianos, outros vegetarianos e outros, ainda, veganos.

Razões pelas quais deve reduzir o consumo de carne diário

1. Ambientais

É necessária uma quantidade incrível de energia para produzir gado para consumo. Quanto mais dependermos de uma dieta de carne, mais terra, água, pesticidas, combustíveis e fertilizantes são necessários para a produzir. Isto está a acabar com os recursos da Terra e a ameaçar o futuro das próximas gerações.

Factos

A mesma quantidade de comida que é necessária para alimentar o gado pode ser utilizada para alimentar mais de 800 milhões de seres humanos!
Um terço da água da Terra é usada para os animais.
Os animais, especialmente as vacas, produzem gases de efeito estufa – um, em particular, é o metano.

O metano

O metano é um gás natural composto de carbono e hidrogénio. É 25 vezes mais perigoso que o dióxido de carbono. A carne e o queijo são grandes produtores de metano.

As vacas são mamíferos ruminantes! Isto significa que têm um estômago especial, que usam para extrair nutrientes dos alimentos, através de um processo de fermentação, antes do processo de digestão. Elas emitem o gás metano. E, porque existem em grande número, têm uma das maiores emissões. Além disso, estes animais produzem muito estrume concentrado que, por sua vez, produz mais metano ainda, para ser libertado no meio ambiente.

A quantidade de recursos necessária para produzir plantas versus gado é significativamente menor.

Por tudo isto, reduzir o consumo de carne é fundamental para melhorar o nosso meio ambiente.

2. De saúde

Carne

O consumo excessivo de carne aumenta o risco de cancro, diabetes e doenças cardiovasculares. Quando consumimos carne atacamos, literalmente, o coração, em cada dentada, e os nossos corpos, certamente, responderão a esse ataque. Agora juntemos a esta questão o stress diário e conseguimos converter-nos em bombas-relógio prestes a explodir. Isto é mesmo brincar com a vida!

Leite

O leite não é melhor que a carne. Na verdade, pode até ser bem pior. O leite é um dos principais responsáveis por inflamações. As proteínas e os açúcares presentes nos lacticínios (especialmente no leite pasteurizado) são muito difíceis de digerir. E porquê? O leite é produzido pelas vacas para as suas crias: os bezerros. E nós não somos bezerros! A maioria das pessoas não consegue produzir a enzima lactase, que é necessária para quebrar a lactose, o açúcar do leite. O leite de vaca foi especialmente concebido pela natureza para nutrir os bezerros e não alimentar humanos. Se lida com infecções (fúngicas, de ouvidos…), bronquite, sinusite ou problemas digestivos reduza ou elimine a ingestão de leite. A sua saúde agradece.
E não se desculpe com “e agora o que vou beber ao pequeno-almoço?” porque existem inúmeras alternativas vegetais muito saudáveis e muito saborosas.

3. Espirituais

Sabemos que anos de emoções tóxicas e negativas podem manifestar-se fisicamente, no nosso corpo, através de doenças. Também sabemos que os animais sentem medo, tal como nós. Ficam nervosos e stressados, tal como nós. Sentem a dor, tal como nós. É ingénuo pensar que consumindo os animais não se consomem as doenças, as dores e os medos deles. Consome-se a energia. Consome-se o medo. Consome-se a dor. Consome-se o trauma. Consome-se o que está armazenado nas células dos animais e, pior, transporta-se isso para o nosso próprio corpo.

Nós nem nos apercebemos que há karma na comida, que comer faz parte de um ritual muito íntimo e sagrado. Nesse ritual acabámos por nos unir ao que consumimos.

Não é coincidência o facto de que quanto menos produtos animais consumimos, mais focada e clara se torna a nossa mente. A nossa consciência fica clara porque consumimos comida que é fruto e fonte de luz.

4. Éticas

Consumir menos carne significa erguer-se contra qualquer forma de opressão. Sabemos bem que as pessoas oprimem aqueles que consideram inferiores. E, neste momento, os animais são considerados inferiores. Fomos assim ensinados durante toda a vida: os animais são inferiores! E isto torna mais fácil não pensar na sua dor e sofrimento. Este tipo de pensamento não é natural! Certo?

Bem sei que devem estar a pensar que sempre se consumiu carne. Mas a verdade é que noutros tempos as coisas eram diferentes, no que a este assunto diz respeito. Por um lado, a carne era consumida em quantidades bem menores que hoje. Por outro, as pessoas comiam-na por necessidade e não por desrespeito a outras formas de vida ou por gula.

Para pensar!

Como se sentiria se estivesse presa num espaço muito reduzido e fosse forçada a ficar grávida durante a vida inteira? E depois, de cada vez que desse à luz, os seus bebés lhe fossem retirados logo após o nascimento? Tudo em nome de indústria que faz milhões de euros. Uma indústria onde crianças e adultos, de espécies diferentes da sua, são alimentados com o seu leite. E depois, quando você não fosse mais produtiva, não conseguisse mais engravidar, fosse morta? Esta é uma realidade!